O Patinho Feio
Conto (gênero narrativo) mais famoso de Andersen no Brasil com uma estrutura simples, girando em torno de um conflito central: problemas do Patinho Feio. Funde-se aqui a realidade com o maravilhoso, onde o elemento mágico está em tudo de forma natural.
Hans Christian Andersen era um menino pobre, narigudo, desajeitado e alto demais para sua idade. Quando adulto, provavelmente pensando em sua própria vida, Andersen escreveu a história de um patinho feio que atravessa tristemente a lagoa até descobrir que é um lindo cisne.
A utilização de animais como personagens deste conto cria uma aproximação com as fábulas. Há de maneira quase que explicita uma moral da história - as aparências enganam. Os animais pensam, falam e passam por problemas como se fossem humanos. Em nenhum momento se questionam essas capacidades atribuídas aos animais, integrando o elemento mágico naturalmente.
A trama toda envolve sobretudo uma situação real vivida por toda a criança: ser diferente. Para a Psicanálise, o fato de a criança viver este dilema através do mundo maravilhoso favorece a resolução dessa situação real de maneira inconsciente, via fantasia.
Merece destaque o fato de o herói da história estar um pouco fora dos padrões inicialmente, não é belo. Porém a metamorfose pela qual passa o dito Patinho Feio, mostra a transformação pela qual as pessoas passam. A mudança do ex-Patinho Feio para o novo Cisne Lindo acena com o famoso final feliz e a esperança de que tudo acaba dando certo, mas para isso muito sofrimento foi necessário.
A presença de um herói que passa, resignado, por provações que a vida lhe impõe é uma influência da filosofia cristã do autor. Percebe-se também características românticas por tocar em pontos como os ideais de fraternidade e generosidade humanas.
A narração dos problemas de adaptação e aceitação, enfrentados pelo personagem principal da história, aparece como pano de fundo para mostrar a valorização do indivíduo por suas qualidades intrínsecas e não por seus privilégios e atributos exteriores.
Há traduções/adaptações brasileiras, desse conto, a saber: de Arnaldo de Oliveira Barreto (1915), de Monteiro Lobato (1934), de Guttorm Hanssen (1978), de Mary França (1990), de Tabajara Ruas (1994) e Heloisa Jahn (1995). A partir daí, pode-se criar um "Patinho Feio brasileiro" mantendo uma ligação temática com o texto de Andersen.
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Para citar este artigo copie as linhas abaixo:CRISTIANE MADANÊLO DE OLIVEIRA. "O PATINHO FEIO" [online]Disponível na internet via WWW URL: http://www.graudez.com.br/litinf/historias/pfeio.htmCapturado em 9/4/2009
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